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A Teoria Ecológica da Percepção e Ação nos revela que o movimento é fruto da interação Organismo – Ambiente e que o Ambinete nos fornece tudo que é necessário para que o ajuste do sistema motor ocorra. O movimento é desfecho tanto das oportunidades no ambiente quanto das habilidades do indivíduo.

O ambiente muda constantemente abrindo e fechando possibilidades de ação, “Affordances”. Por exemplo: uma bola quicando pode ser chutada, agarrada ou rebatida, mas não pode ser sentada… um sofá, ao contrário é “sentável” mas pode também ser empurrado ou carregado… O desfecho final do movimento é sempre uma interação entre as habilidades do organismo e seu entorno, entre o que o indivíduo tem (seus músculos, tendões, coordenações) e as oportunidades de ação que o contexto vai oferecer.

Nesta linha de pensamento um atleta é um “animal acoplado ao seu nicho”. Messi, por exemplo, é habilidoso para jogar futebol, mas não para nadar. Federer rebate bem as bolas de tênis, mas não as agarra tão bem quanto um goleiro. Ajustar movimentos é muito mais sobre sintonizar nosso corpo às tarefas do que sobre ser forte ou resistente. O fortalecimento serve para garantir que nossos músculos e tendões possam ser capazes de lidar com as forças do mundo real.

Nossa ideia é apresentar aos alunos um treino que os aproxime do nicho, do ambiente e das tarefas que ele encontrará no mundo real. Só assim ele pode aumentar sua eficiência motora. A visão tradicional – musculação por exemplo – é justificada somente por um reducionismo absurdo já que empobrece demais o contexto, tendo baixa transferência para os esportes. E muitas vezes não conseguem replicar as forças reais envolvidas nas ações intensas dos jogos ou mesmo nos gestos da vida diária.

Uma parte importante de nossa visão é restringir os graus de liberdade articular. Isso quer dizer que o movimento se torna eficiente e seguro quando realizado dentro de um trajeto controlado, evitando desgaste articular e tornando mais eficiente a passagem de força entre as articulações.

Uma das soluções para efetivamente preservar as articulações é treinar os movimentos e não apenas os músculos, por isso nosso treinamento prioriza os movimentos, a sinergia muscular e uma ação coordenada e a mais próxima possível da fisiologia humana.